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10695 palavras 43 páginas
Mídia e Sistema Penal no Capitalismo Tardio
Nilo Batista

Índice
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Introdução . . . . . . . . . . . . .
Editoriais . . . . . . . . . . . . .
Especialistas . . . . . . . . . . . .
Vigilantismo . . . . . . . . . . . .
Noticiário . . . . . . . . . . . . .
Variedades . . . . . . . . . . . . .
Esportes . . . . . . . . . . . . . .
A executivização em seu nível máximo: Linha Direta . . . . . . . .
9 À guisa de conclusão . . . . . . .

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Introdução

Uma especial vinculação entre a mídia e o sistema penal constitui, por si mesma, importante característica dos sistemas penais do capitalismo tardio1 . Tal vinculação, mar1

Para uma simplificada exposição das demais características dos sistemas penais do capitalismo tardio, remeto o leitor a três artigos meus: “Prezada Senhora Viégas: o anteprojeto de reforma no sistema de penas” (Discursos Sediciosos – crime, direito e sociedade no 9-10, p. 103 ss), A violência do Estado e os aparelhos policiais” (Discursos Sediciosos – crime, direito e sociedade no 4, p. 145 ss) e Poder, historia y sistemas penales (Capitulo Criminológico, vol. 29, no
3, p. 5 ss); para um aprofundamento, David Garland,
The Culture of Control, Oxford, 2001, ed. Univ. Oxford, p. 167 ss; Loïc Wacquant, Punir os pobres, Rio de Janeiro, Freitas Bastos/ICC, 2000; J.M. Silva Sán-

cada por militante legitimação do (ou, para usar um termo da moda, “parceria” com o) sistema penal – “parceria” na qual as fórmulas bisonhas do editorial ou do espaço cedido ao “especialista” concorde são menos importantes do que as mensagens implícitas, que transitam da publicidade às matérias esportivas – tal vinculação levou Zaffaroni a incluir, em seu rol de agências do sistema penal, as “agências de comunicação social”, e os exemplos que ministrou (“rádio, televisão e jornais”)2 deixam claro que não se referia aos serviços de relações públicas de tribunais ou corporações policiais. Uma

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