Atlantico negro

1018 palavras 5 páginas
“Eu considero que esta história é a história de duas crianças que foram separadas. E que nunca mais se viram. Cada um deles teve filhos e esses filhos nunca se viram. Mas um dia, uma ocasião foi dada a seus descendentes para se encontrarem. Esse encontro seria algo inexplicável. Sua alegria seria inestimável e nós nem poderíamos qualificá-la. É alguma coisa extraordinária”. Com uma elocução visionária vindo de um pequeno quarto pintado de laranja na cidade de Abomey, no Benin, fala Adjahô Houmasse, sumo-sacerdote vodum, ao encontrar o símbolo do filme nos desenlaces: é preciso unir as nações.

Com intuito manifesto, o documentário “Atlântico Negro – Na Rota dos Orixás” vai buscar em África o além do pouco que sabemos, desmistificando a imagem unilateral difundida de um continente bélico tomado por fome e pobreza. Pouco sabemos do cotidiano dos africanos, personalizados no filme em grupos e comunidades locais do litoral do Benin, de onde milhares de negros vieram escravizados para o Brasil.

O filme apresenta ao espectador personagens como Pai Euclides, babalorixá da Casa Fanti Ashanti, em São Luís do Maranhão, que inicia o enlace da narrativa enviando uma mensagem ao amigo vodunon Avimanjenon, chefe do Templo de Avimanje, em Ouidá, cidade de onde partiram incontáveis navios negreiros para Salvador. A mensagem maior, o filme, discorre por 53 minutos de tamanha riqueza plástica e documental, recriando ao espectador pequenas narrativas que vão completando lacunas, como ainda é a própria história africana contada a nós.

Somos apresentados então às religiões dos orixás, aos lugares sagrados a ambos os continentes e aos resquícios protuberantes da influência de um povo sobre o outro, dando relevância à inversão de vieses: o documentário volta à África e encontra no Benin uma população que tem como referência sociocultural o Brasil, que ainda se reconhecem como brasileiros, os agudás. Uma comunidade de descendentes de negros libertos e de traficantes de escravos

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