Atenção seletiva

ATENÇÃO SELETIVA: UM ESTUDO SOBRE CEGUEIRA POR DESATENÇÃO A atenção, através da sua capacidade seletiva e gerenciadora, filtra os estímulos e regula o nível de consciência alocado nos diferentes estímulos (Jou, 2001; Jou & Sperb, 2003). Contudo, uma característica inerente à atenção focalizada é sua capacidade limitada, isto significa que poucos estímulos dos inúmeros que chegam aos nossos sentidos podem ser selecionados para serem processados conscientemente por nossa mente. Este fenômeno atencional é identificado como cegueira por desatenção (inattentional blindness) (Simons & Levin, 1997; Simons & Franconeri, 2000): quanto mais o foco da atenção está centrado no estímulo selecionado, maior será a possibilidade de percebê-lo, processá-lo e lembrá-lo conscientemente e, ao mesmo tempo, menor será a possibilidade de perceber e lembrar os outros estímulos. Quando sondamos o ambiente procurando por um estímulo específico, possivelmente, não avistamos algo que está tentando chamar a nossa atenção. Nesse caso, estamos cegos para essa mudança, ocorrendo o fenômeno de cegueira para a mudança (change blindness). Os resultados de várias pesquisas demonstraram que o nível de cegueira por desatenção é altamente influenciado pela instrução dada aos participantes na execução da tarefa. Confirma-se, portanto, que quando o indivíduo é obrigado a concentrar sua atenção em algumas características particulares do ambiente, inibe, automaticamente, a percepção de outros estímulos que possam não ser relevante no momento, evidenciando a capacidade seletiva da atenção.
Referências
Jou, G. I. & Sperb, T. M. (2003). Abordagem do processamento de informação dentro da psicologia cognitiva. Psico, 34, 159 – 180. Simons, D. & Chabris, C. (1999). Gorillas in our midst: sustained inattencional blindness for dynamic events. Perception, 28, 9, 1059 – 1074. Simons, D. & Franconeri, S. (2000). Change blindness in the absence of a visual disruption. Perception, 29, 10, 1143 – 1154.