ASSIMETRIA NA CAMPANHA DA CORDILHEIRAS

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ASSIMETRIA NA CAMPANHA DA CORDILHEIRAS

Durland Puppin 1

Este artigo apresenta uma análise da Guerra da Tríplice Aliança com destaque na assimetria entre as tropas aliadas, sob o comando do Conde d’Eu, e as tropas paraguaias, comandadas por Solano López, no período posterior a ocupação de Assunção realizada pelas forças aliadas e o fim do conflito.
Inicialmente, para a compreensão deste artigo, deve-se ter, de forma nítida, o entendimento de que essa análise recai sobre a ótica de ações militares que envolvem uma guerra tradicional, como foi a Guerra da Tríplice Aliança. Desse modo, deve-se evitar uma interpretação ou comparação com procedimentos inerentes às ações contidas em uma guerra assimétrica. A assimetria, segundo Aurélio Buarque de Holanda, é a inexistência de simetria, ou seja, é a ausência de correspondência, em grandeza, forma e posição relativa, de partes situadas em lados opostos de uma linha2.
De acordo com o Ministério da Defesa a guerra assimétrica é um conflito caracterizado pelo emprego de meios não convencionais contra o oponente, normalmente pela parte que se encontra muito inferiorizada em meios de combate. Existe ainda um segundo conceito sobre o assunto, no qual a guerra assimétrica é o conflito armado que contrapõe dois poderes militares que guardam entre si marcantes diferenças de capacidades e possibilidades.
Trata-se de enfrentamento entre um determinado partido e outro com esmagadora superioridade de poder militar sobre o primeiro. Neste caso, normalmente o partido mais fraco adota majoritariamente técnicas, táticas e procedimentos típicos da guerra irregular. 3
Em ambos os conceitos sobre guerra assimétrica existe a imposição de utilização de uma forma de combate ou de meios não convencionais, ou seja, procedimentos que de um modo geral não são aplicados em um conflito tradicional, como a Guerra da Tríplice Aliança.

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Durland Puppin de Faria é mestre em ciências militares, especialista em História

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