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Lêda Rejane Accioly Sellaro1
RESUMO
Este trabalho se propõe a oferecer subsídios à História da Educação em Pernambuco, aprofundando a compreensão das relações entre educação e modernidade, mediante a análise de duas reformas educacionais, implantadas no ensino público, no período de 1920 a 1937. No contexto das mudanças que marcaram a passagem do modelo agro-exportador para o modelo urbano-industrial e a evolução do regime político, da oligarquia para a democracia, busca identificar a natureza e o propósito das ações da sociedade civil, que conclamava o Estado, enquanto sociedade política, a alargar o âmbito de sua atuação nos diversos campos da vida social, entre os quais o da educação; e das (re)ações do Estado, nesta direção, ao capacitar-se para mediar ou conciliar os conflitos sociais, especialmente os ligados ao ensino público, sobretudo via legislação. Tenta caracterizar a política nacional de educação emergente, como parte do processo de modernização da sociedade brasileira, contextualizando a emergência dessa legislação e de sua operacionalização em Pernambuco. Enfoca, especialmente, a emergência e implantação de duas reformas educacionais: a de Ulisses Pernambucano, em 1923; e a de Carneiro Leão, em 1928, avaliando seus efeitos sobre o ensino elementar e normal, tentando qualificar tais reformas, em suas repercussões sociais. Ao fazê-lo, procura situar a relação educação/progresso e/ou modernidade, na legislação, nos discursos oficiais, na produção intelectual e no noticiário da época: relacionando as idéias dominantes durante o período estudado com as principais questões educacionais contempladas nas reformas do ensino, de modo a melhor compreedê-las no seu papel inovador. Espera contribuir para a compreensão do multifacetado conceito de modernidade que constituia o imaginário social da época, na qual se coloca o seu objeto de estudo e as questões que o envolvem,