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No livro “A imaginação sociológica”, C. Wright Mills propõe que através do contexto histórico, compreende-se as ações e o comportamento do indivíduo. Entretanto, quando um indivíduo estima certos valores e sente que os mesmos estão ameaçados, termina por enfrentar uma crise. Essa crise pode ser causada por perturbações individuais ou por questões públicas.
O espírito capitalista e suas desigualdades perturbam tanto Willian Foster, do filme ‘Um dia de fúria”, como os jovens que participam dos “rolezinhos”. A sociedade capitalista sob a qual ambos vivem é uma sociedade que prioriza o consumo. As pessoas trabalham para consumir, portanto da mesma maneira que os ociosos ou aqueles que não trabalhavam asceticamente eram vistos como pecadores pelos protestantes, atualmente os jovens do “rolezinho”, que querem fazer as mesmas coisas que os jovens de classe mais altas fazem, e o protagonista do filme, que quer apenas comprar um presente para sua filha, são considerados economicamente inviáveis e quase que excluídos da sociedade. Willian Foster, protagonista do filme que quer apenas comprar um presente para sua filha e os jovens do “rolezinho”, que querem frequentar os shoppings das classes sociais acima as que eles pertencem, ambos se sentem encurralados na sociedade na qual estão. Assim, eles enfrentam uma crise, causadas por questões públicas. A demissão de Willian Foster, como é exibido no filme, é uma situação enfrentada por outros, como é mostrado no protesto em frente ao banco. Já os “rolezinho”, que são causados por causa da existência de uma sociedade consumista de atualmente, em que tanto os jovens, como também o protagonista do filme Willian Foster, são considerados economicamente inviáveis.