As Perplexidades Dos Direitos Do Homem Hannah Arent Origens Do Totalitarismo

A Declaração de Direitos do Homem surge em razão de uma sociedade repleta de incertezas e medos do abuso de poder vindo do Estado em que nasceram. A “nova sociedade secularizada e emancipada” não se encontrava mais segura a respeito dos direitos sociais e humanos, os quais independiam do governo, pois dependiam do sistemas de valores sociais, espirituais e religiosos.
A Declaração de Direitos do Homem destinava-se a proteger essa sociedade dos abusos da soberania do Estado e da nova arbitrariedade da sociedade, pois independiam de outros direitos e leis ou de autoridade para estabelecê-los; o próprio homem seria sua origem e seu objetivo último. O homem era o único soberano em questões de lei.
O homem mal “havia surgido como ser completamente emancipado e isolado, que levava em si mesmo a sua dignidade, sem referência a alguma ordem superior que o incorporasse, diluía-se como membro do povo.” Hannah percebe que o paradoxo se inicia com a Declaração referir-se a um ser humano “abstrato”, ou seja, que não existia em parte alguma; uma vez que até mesmo os selvagens viviam em uma ordem social.
“Os Direitos do Homem, afinal, haviam sido definidos como “inalienáveis” porque se supunha serem independentes de todos os governos; mas sucedia que, no momento em que seres humanos deixavam de ter um governo próprio, não restava nenhuma autoridade para protegê-los e nenhuma instituição disposta para garanti-los.”
Então, a perda de um direito nacional, consequentemente, acarreta na perda dos direitos do humanos, como por exemplo os apátridas. “Quanto mais lhes negava o direito sob qualquer forma, mais tendiam a buscar a reintegração numa comunidade nacional, em sua própria comunidade nacional.”
Segundo Arendt, a primeira perda que sofreram essas pessoas privadas de direito não foi a proteção legal mas a perda de seus lares, ou seja, perda de toda textura social na qual haviam nascido; ocasionando em migrações forçadas. Logo de imediato foi constatado a não existência de nenhum