As crianças e a brincadeira

A região de Jequitaí-Francisco Dumont, na borda norte da Serra do Cabral, é conhecida desde o final do século passado como uma importante zona produtora de diamantes. Nas últimas décadas, a maioria dos trabalhos efetuados nesta área diz respeito à geologia das unidades proterozóicas. Em menor parte os trabalhos têm sido direcionados para a geologia do Fanerozóico e para os diamantes, sendo estes fatores de grande relevância para o estudo ora proposto. Assim, poucos pesquisadores se dedicaram à análise do mineral em si, o que tem estimulado muitas discussões quanto à interpretação de sua origem primária em praticamente todo o Estado de Minas Gerais. Os trabalhos geocientíficos efetuados neste sentido, pouco têm contribuído para o esclarecimento da questão.
Recentemente, alguns autores desenvolveram estudos mineralógicos e apresentaram importantes correlações entre as características do diamante e as implicações geológicas que levaram à sua configuração atual e principalmente seu modo de ocorrência. Estes trabalhos levaram à interpretação de que o diamante que ocorre no Distrito da Serra do Cabral possui uma longa história de transporte, estando portanto, as fontes primárias, em sítios longínquos (vide síntese destas idéias em Chaves et al., 1998).
A presente dissertação visou principalmente a caracterização dos depósitos diamantíferos que ocorrem na região. Desta maneira, o trabalho não teve a pretensão de resolver os muitos problemas ligados à origem do diamante na mesma. O estudo assim, procurou fornecer subsídios para o fomento de novas discussões, as quais, balizadas em novos dados geológicos e pesquisas mineralógicas sistemáticas dos diamantes envolvendo técnicas modernas de pesquisa, devem trazer um melhor entendimento da questão.

1.1 - Objetivos

Os objetivos deste trabalho envolveram basicamente a caracterização dos depósitos diamantíferos das regiões de Jequitaí e Francisco Dumont, englobando os vários aspectos geológicos e mineralógicos