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As bases do trabalho na sociedade moderna
Com o fim da idade média e a emergência das atividades mercantis e do capitalismo, o trabalho novamente modificou-se. Se antes ele era visto como atividade penosa, passou gradativamente a ser valorizado, a ser considerado algo positivo.
Isso ocorreu porque, ao perceberem que não era mais possível contar com o serviço compulsório, os capitalistas tentaram persuadir os proletários a acreditar que o trabalho dignificava o homem, ao mesmo tempo em que era a fonte de seu sustento.
Mas como ocorreu esse processo de transição das estruturas sociais e do trabalho?
A princípio, casa e local de trabalho foram separados, assim como foi o trabalhador de seus instrumentos; por fim, tiraram desse a possibilidade de obter matéria-prima para produção. Comerciantes os quais acumularam riquezas passaram a financiar e coordenar a produção de mercadorias, definindo quais seriam elas e suas respectivas quantidades.
Tal alteração ocorreu por meio de dois processos de organização do trabalho: a cooperação simples e a manufatura.
Na cooperação simples, era mantida a hierarquia da produção artesanal entre o mestre e o aprendiz, e o artesão ainda desenvolvia, ele próprio, todo o processo produtivo. A grande diferença é que ele estava quase que integralmente a serviço de quem lhe financiava.
De fato, esse tipo de organização do trabalho abriu caminho para o que conhecemos hoje como trabalho coletivo, o que será melhor explicado mais a frente.
Já na manufatura, o trabalhador, apesar de continuar a ser artesão, não realiza todas as etapas do processo produtivo, ou seja, tem suas atividades decompostas. Podia-se notar isso, por exemplo, na produção de sapatos, onde tal produto era feito a muitas mãos na linha de montagem.
Para Marx, a divisão de trabalho representava um salto de qualidade em relação à cooperação nesse processo. Seja originária da concentração em uma mesma oficina de um mesmo ofício ou de ofícios diversos e