artigo
Revista do Programa de Ciências Agro-Ambientais, Alta Floresta, v.2, n.1, p.1-12, 2003
SÍNDROME DE DISPERSÃO EM ESTRATOS ARBÓREOS EM UM
FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA ABERTA E DENSA EM
ALTA FLORESTA – MT1
FERNANDA PINHEIRO SARAVY2, POLIANE JORGINA DE FREITAS2, MARIA
APARECIDA LAGE2, SAMUEL JORGE LEITE3, LÚCIA FILGUEIRAS BRAGA4 e
MARCÍLIO PEREIRA SOUSA4
RESUMO: As adaptações das plantas, conforme seu agente dispersor correlacionam-se com as características morfológicas de cada espécie e família e com a região em que esta predomina, sendo que as sementes evoluíram de acordo com os dispersores. Assim, podendo ser dispersas por: autocoria, anemocoria, zoocoria e barocoria. As dispersões de sementes são mais freqüentes pela fauna, daí a importância na conservação de corredores ecológicos, que possibilitaram a disseminação de espécies de um fragmento para outro.
Diante do fato, este trabalho teve por objetivo traçar os principais processos de dispersão de sementes de espécies ocorrentes em diversos estratos de um fragmento de floresta ombrófila em regeneração. Nesta área foram coletados dados de 206 indivíduos, em 10 transectos (10mx100m cada), totalizando um hectare, sendo as espécies identificadas no campo por um mateiro, e mensuradas a altura e o diâmetro da copa. Foram identificadas 48 espécies e 28 famílias, com maior predominância de espécies as famílias LeguminosaePapilonoideae, Euphorbiaceae, Leguminosae-Mimosoideae, Lecythidaceae e Vochyiaceae.
As espécies com maior número de indivíduos foram Trattinickia rhoifolia, Sapium haematospermum e Cecropia geaziovi. Dividiram-se as espécies em três estratos. Nos estratos superiores, ocorreram cinco espécies com altura superior a 21 metros, com dispersão anemocórica, zoocórica, ornitocórica e autocórica; no estrato intermediário ocorreram 42 espécies com altura entre 9,5 a 20 metros que apresentaram dispersão anemocórica, autocórica e zoocórica (diszoocoria, ornitocoria,