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O carvão mineral em território catarinense teve seu início no século XIX, sendo que, atualmente, o Estado é um dos maiores produtores de carvão mineral em nível nacional, onde a bacia carbonífera sul-catarinense constitui uma das mais importantes, pois encerra as maiores reservas de carvão metalúrgico economicamente explorável (SIECESC, 2002).
Muito embora a mineração de carvão seja uma importante atividade econômica da região sul de Santa Catarina, a mesma tem acarretado problemas ambientais, através da deposição inadequada dos resíduos da mineração e perda do solo fértil, da contaminação dos recursos hídricos, bem como, de alterações na atmosfera pela geração de gases e poeiras (TEIXEIRA; PIRES, 2002).
Dentre os contaminantes provenientes da mineração, encontram-se as drenagens ácidas de mina, os quais apresentam expressiva acidez (pH<3) e elevada concentração de metais, principalmente, ferro, manganês, alumínio, cobre, cádmio e zinco (TURNER; RAWLING; 2002; GEREMIAS et al., 2003).
Em plantas, a exposição a metais como ferro, alumínio e manganês é capaz de provocar o seu bioacúmulo em diferentes tecidos e promover diversos eventos metabólicos, interação com biomoléculas e estruturas celulares, com conseqüentes efeitos fitotóxicos (CLEMENS et al., 2006 apud GEREMIAS, 2008).
Dentre os efeitos, pode-se citar: alterações estruturais, fisiológicas e bioquímicas de membranas, com consequentes distúrbios na sua composição, rigidez, fluidez, fluxo de água e de nutrientes; redução de crescimento de tecidos (ex: raízes e folhas), do diâmetro basal e da biomassa; distúrbios do ciclo celular e da divisão celular, redução do conteúdo de clorofila e distúrbio do processo de fotossíntese; genotoxicidade entre outros (ARUN et al., 2005; TAMÁS et al., 2006 apud GEREMIAS, 2008).
Em organismos aquáticos, a drenagem pode provocar efeitos nocivos, tais como distúrbio respiratório, osmorregulatório, processos mutagênicos e cancerígenos e até a morte da biota,