Artigo de antropologia

COLONOS MADEIREIROS

Brenda Deecken, Janaina Lorini, Josieli Peron e Milton Mauad. [1]

RESUMO
Este trabalho tem como objetivo traçar um perfil dos trabalhadores da indústria madeireira na cidade de Sinop – MT, e analisar a importância do papel destes operários no desenvolvimento da região. Nossa pesquisa baseou-se em entrevistas com antigos operários da área, correlacionando a antiga função com sua atual condição econômica e social. Realizada no período de 45 dias e, com base nas discussões e sugestões apresentadas nas aulas de antropologia, nossa pesquisa etnográfica abrangeu tipos diferentes de trabalhadores, com enfoque nos que atuavam nas funções mais básicas (e brutas) do processo de beneficiamento da madeira e, também, nos concentramos em tentar conhecer a realidade das colônias onde eram alocados. Por fim, verificamos que a grande maioria dos trabalhadores vinha de suas cidades em busca de melhores condições e, muitas vezes, eram persuadidos com promessas muito aquém da realidade que os aguardava.

Demos início ao nosso trabalho de campo em 12 de agosto de 2011 tendo que, primeiramente, sair em busca de antigos trabalhadores de madeireiras, como costumam ser chamados. Para tal, colhemos informações de onde poderíamos encontrar algum indivíduo que se enquadrasse no perfil desejado. Tomamos como base que o mais provável seria encontrá-los reunidos em bares ou outros locais de lazer condizentes com a idade e origem das famílias, como pistas de bocha, por exemplo, pois a mão-de-obra era trazida, predominantemente, do sul do Brasil, onde o esporte é tradicional. Para nossa surpresa, após procurar em diversos locais, nos deparamos com a proprietária de um bar que, segundo seu relato inicial, trabalhou mais de 21 anos no beneficiamento de madeira.
Realizamos diversas visitas posteriores à essa senhora informante, nas quais, coletamos mais informações e relatos que, organizados em relatórios, nos possibilitaram uma observação e avaliação da realidade