Articulação classe, gênero e raça.

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É fácil associarmos as questões de classe ou exclusão social ao fato de estarmos imersos numa não-dignidade. Mas qual dignidade? Aquela dignidade que pressupõe justiça entre os seres humanos e que não depende de um merecimento, que é inerente a todos nós e não deixa de ser um direito pré-estatal. Este pensamento não é de alguns poucos, pois não é de hoje que o conceito de dignidade virou direito constitucional, assegurando a qualquer sujeito o respeito a sua singularidade e vivência. Aqui nos perguntamos se a tal dignidade é inerente mesmo ou conceito inventado. Se inerente a todos nós, vemos então que uns escolhem seguir outras tendências de pensamentos e comportamentos. Se conceito inventado, o estado apropriou-se e impôs à sociedade com o intuito de construir uma atmosfera igualitária, sem lutas, e que uns não se prevaleçam sobre outros.
Mas que grande buraco não? Pensando no que está próximo: nossa realidade brasileira é igualitária? Ou respeita a singularidade? Nossa constituição Brasileira, enquanto idealização, princípios e leis, é maravilhosamente digna e capaz de proporcionar dignidade aos que nele estão sujeitos. O buraco está exatamente neste ponto: do papel à ação, da idealização à prática. No Brasil, este mesmo “princípio constitucionalmente expresso convive com subhomens empilhados sob viadutos, crianças feito pardais de praça, sem pouso ou ninho certos, velhos purgados da convivência das famílias, desempregados amargurados pelo desperdício humano, deficientes atropelados em seu olhar sob as calçadas muradas sobre a sua capacidade, presos animalados em gaiolas sem porta, novos metecos errantes de direitos e de justiça, excluídos de todas as espécies, produzidos por um modelo de sociedade que se faz mais e mais impermeável à convivência solidária dos homens. “ (ROCHA, 1999, p. 2)
Realidade nua e crua. Será que é resultado da não-vontade da parte dos que tem a dianteira política, escolhidos para resolver tais questões? Será fruto da não-capacidade

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