Articulação Bergson, Deleuze e Piaget

A psicologia da inteligência, na concepção de Piaget, busca “compreender como o indivíduo formula suas concepções sobre o mundo que o cerca, como resolve problemas, como explica fenômenos naturais.” (CUNHA, 2008). A questão principal nas pesquisas de Piaget é a compreensão do sujeito epistêmico, procurando saber como se processa o conhecimento de um estágio menor para um maior, de menor valor para maior valor, não enfatizando fatores motivacionais, de natureza emocional e afetiva, mas fatores cognitivos.
Piaget postulou o desenvolvimento por estágios. Neste, cada etapa é superada por outra superior, com outra lógica de conhecimento, na qual a inteligência muda de qualidade, representando um salto dessa inteligência. Nos conceitos piagetianos, o sujeito age sobre o objeto considerando que o início do processo de conhecimento é marcado por um desequilíbrio estabelecido entre sujeito e objeto. O conhecimento ocorre quando o sujeito atua para superar o desequilíbrio entre si e o objeto.
Tratando de ações do sujeito sobre o objeto os processos de assimilação, acomodação e equilibração promovem adaptação do indivíduo ao contexto ao qual está inserido. Na assimilação, a pessoa entra em contato com o objeto do conhecimento e prioriza deste objeto algumas informações, desprezando outras. No processo de acomodação, as estruturas mentais, ou seja, a maneira como o sujeito se organiza para conhecer o mundo, se modificam para dar conta das singularidades do objeto. Na equilibração, o sujeito entra em contato com o objeto novo, podendo gerar conflito (desequilíbrio). Assim, conhecer é acomodar-se até estar em equilíbrio, num processo que se configura de forma cíclica, complementar e às vezes simultânea.
Na concepção piagetiana o indivíduo é ativo e suas ações favorecem a adaptação numa trajetória de desenvolvimento intelectual envolvendo sua passagem por quatro grandes períodos sequenciais, marcados cronologicamente, sem generalizar o momento exato em que ocorre a