Arte e transgressão: O olho, a decomposição e a cabeça... Exemplos de violência erótica na arte

2431 palavras 10 páginas
São Paulo, 01 de dezembro de 2014

Arte e transgressão: O olho, a decomposição e a cabeça... A violência erótica na arte

“Uma experiência onde o sujeito que fala, em vez de se exprimir-se expõe,vai ao encontro de sua própria finitude e sob cada palavra se vê remetido à sua própria morte”.
Foucault, Michel – prefácio à transgressão

Ao falarmos de transgressão, falamos do excesso, mas sem jamais esquecer que esse gesto é relativo ao limite, àquilo que transborda para além de seus próprios limites, não para extingui-lo, mas para afirmá-lo como existente, como em um carnaval, que por dias se excede no desbunde, para depois afirmar a partir de seu cessar que existe um retorno ao limite, esse retorno seria a quarta feira de cinzas, pós-terça-feira gorda, onde se celebra a entrada da Quaresma, período de penitências e arrependimento, as cinzas simbolizam a fugacidade da existência, tão bem expressa na Bíblia, no Gênesis 3,19: “Lembra-te que é pó, e ao pó hás de voltar”. Esse retorno constante, é a utilidade positiva da transgressão, que reafirma o limite que ela rompe, que reafirma existências, a transgressão se faz existir nesse movimento de retorno. Foucault responsabiliza a morte de Deus, a partir de Nietzsche, pelo imenso vazio, lugar resultante dessa morte, onde foi colocada a sexualidade a qual levamos ao limite a partir de nossa linguagem, a sexualidade aqui se apresenta como um limite, um limite de si mesma, uma fissura que delimita a nós mesmos como limite, e não obstante Foucault nos dá o tom da natureza da sexualidade, a sexualidade por excelência é sem Deus e hoje ocupa em nossa, e a partir de nossa linguagem o vazio deixado pela presença constante da ausência de Deus. A morte de Deus, diz Foucault no seu Prefácio à transgressão (Pg. 32), não nos restituiu a um mundo limitado e positivo, mas a um mundo que se desencadeia na experiência do limite, se faz e se desfaz no excesso que transgride. A sexualidade se faz para Foucault, em um movimento

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