ARTE CONTEMPORÂNEA: A COMPREENSÃO DE UMA ARTE SEM ARESTAS

1828 palavras 8 páginas
FUNDAÇÃO ARMANDO ALVARES PENTEADO
CURSO DE PÓS-GRADUÇÃO
JORNALISMO CULTURAL

HELENA WILHELM EILERS

ARTE CONTEMPORÂNEA: A COMPREENSÃO DE
UMA ARTE SEM ARESTAS

São Paulo
2014
Imagine uma exposição com cinco quadros vermelhos feitos por artistas diferentes, mas com obras bastante similares, algumas praticamente iguais. É com essa situação que Danto inicia o livro Transfiguração do Lugar Comum (2010) e sua jornada filosófica pela compreensão da arte. O primeiro quadro descrito pelo autor é uma pintura feita pelo dinamarquês Sören Kierkegaard que retrata os hebreus atravessando o Mar Vermelho, mas diferente do que se possa imaginar o que vemos é apenas um quadrado vermelho, pois para o pintor “os hebreus já haviam cruzado o mar Vermelho e os egípcios se afogaram”. (DANTO, 2010, p.33)

Sem nos atermos a esse quadro, passamos aos outros que compõe a exposição de Danto. Este próximo, hipotético, foi feito por um artista dinamarquês e se chama O estado de espírito de Kiekegaard, uma referência ao artista da obra anterior, que fala que sua vida se parecia com aquela pintura, pois devido a inquietação espiritual, rompimento de relacionamento e conflitos internos, tudo acabou se fundindo “num estado de alma, numa cor única.” (DANTOS, 2010, p.34). Assim como no primeiro quadro, o retângulo vermelho é “cor única” da alma do pintor.

Junto aos dois retângulos, está outra obra chamada Praça Vermelha, retratando uma paisagem de Moscou. Ao lado está a obra Quadrado Vermelho, um exemplar minimalista de obra geométrica. Mais um retângulo vermelho na parede, uma pintura metafísica chamada Nirvana, outra intitulada Toalha de Mesa (essa com tinta aplicada de modo mais tênue) e para completar a coleção, outra tela vermelha, na qual Giogione pintaria sua obra-prima Sacra Conversazione, caso tivesse vivido.

É nessa exposição hipotética de Danto que surge uma dúvida, o que pode ser considerado uma

Relacionados