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IMIGRAÇÃO E COLONIZAÇÃO NO ESPÍRITO SANTO: O CASO DA
COLÔNIA DE SANTA LEOPOLDINA
Anna Maria Pereira Stauffer
Universidade Federal do Rio de Janeiro [e-mail] INTRODUÇÃO
Até meados do século XIX, o Espírito Santo se manteve à margem do desenvolvimento nacional. Seu período colonial foi marcado pela estagnação tanto econômica quanto demográfica, permanecendo à parte dos principais ciclos econômicos que se consolidaram em outras regiões do país.
Uma série de tentativas foi feita com o intuito de impulsionar o crescimento do estado, principalmente com a cultura de cana de açúcar e de mandioca, ambas incapazes de proporcionar grandes alterações no quadro econômico da época (CALIMAN, 2012).
A ausência de um produto que conseguisse atrair as atenções da Coroa Portuguesa, condenou o Espírito Santo ao isolamento geográfico durante todo século XVIII. Além das dificuldades de inserção no mercado, a região capixaba foi ainda usada pelo governo português como uma “barreira verde”, restringindo o povoamento do seu território a fim de bloquear as vias de acesso a Minas Gerais e acabar com o contrabando de ouro e pedras preciosas. (MACEDO; MAGALHÃES, 2011).
Outros fatores corroboraram para o incipiente ritmo de desenvolvimento do estado e, consequentemente, para que o seu processo de ocupação acontecesse de maneira extremamente limitada. A intensa resistência de grupos indígenas à colonização dos brancos, a proliferação de doenças endêmicas, a impossibilidade de penetrar no interior do estado devido a densa floresta tropical podem ser citados também como elementos que dificultaram a expansão da fronteira agrícola. O reflexo disso pode ser observado no lento crescimento demográfico de sua população, apresentando já no século XIX um escasso povoamento restrito a faixa litorânea, que não passava de quatro

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léguas de vilas sem grandes aglomerações urbanas e com baixa densidade demográfica, como exposto por Auguste Saint-Hillaire em seu relato sobre o Espírito