arquitetura
Desde a pré-história, o ser humano cria novas condições de habitabilidade, modificando o ambiente construído e natural. A história da humanidade demonstra, entretanto, que nem sempre a interferência humana na paisagem foi marcada por degradação ambiental.
Construir com princípios ecológicos, em harmonia com a natureza, foi algo que a humanidade também praticou. Já se percebia, assim, a preocupação com as considerações do meio no traçado e com a implantação dos assentamentos.
O clima é um importante fator responsável pela variação das paisagens e pela diversidade biológica na
Terra. É responsável também pela diversidade de tipologias e variações arquitetônicas, assim como pelos diferentes hábitos e costumes humanos.
As culturas antigas, por exemplo, principalmente as greco-romanas, destacaram-se pela produção de espaços criados a partir da captação do genius loci, ou seja, do espírito do lugar que confere o sentido e o significado do lugar.
O arquiteto Vitrúvio, que viveu no Século I d.C. e inaugurou os conceitos da teoria classicista da arquitetura, já destacava que a orientação adequada das construções e dos assentamentos proporciona melhores condições de habitabilidade do edifício e da cidade. A preocupação de Vitrúvio com o clima e a orientação dos edifícios resultou em um dos escritos mais antigos sobre o assunto. No seu tempo, a preocupação com a higiene e o conforto veio modificar mais ainda o traçado da cidade romana, sugerindo que as ruas pequenas ou vielas fossem orientadas no sentido de conter os desagradáveis ventos frios e os infecciosos ventos quentes.
Na cidade medieval encontram-se vários elementos que demonstram a adaptação ao clima e ao lugar.
O morador medieval procurava proteção contra o vento do inverno, evitando a construção de túneis de ventos, tais como a rua reta e larga. Além de estreitas e irregulares, as ruas medievais apresentavam curvas abruptas e interrupções, becos sem saída, para