Arquiteto e urbanista

Nota de Leitura
Curso: Arquitetura e Urbanismo – UDESC
Disciplina: Estudos Sócio-Econômicos e Ambientais I
Professora: Renata Rogowski Pozzo
Acadêmico: Matheus Limas de Oliveira

O Pensamento Marxista e a Cidade - Lefebvre, Henri.
Capítulo: A situação da Classe trabalhadora na Inglaterra

Em minha leitura, notei que Engels atribui grande importância ao ‘urbano’ no desenvolvimento do capitalismo. “... com a invenção da máquina a vapor e das máquinas destinadas a trabalhar o algodão...”, os operários seriam reduzidos ao papel de máquinas “arrebatando-lhes os últimos vestígios de atividade independente”, mas obrigando-os a exercer seus papeis de homens. Essas causas tecnológicas marcaram profundas transformações no crescimento das grandes cidades industriais e mercantis da Inglaterra. O tema aí esboçado revela a outra face da cidade capitalista: a da multidão solitária, o isolamento, a alienação. Mas não é a classe operária a única atingida. Toda a sociedade é afetada pelo fetichismo da mercadoria. Cada um encara o outro apenas do ponto de vista da utilidade mercantil, e os capitalistas, com seu poder, apropriam-se de tudo. Nesta guerra geral, a propriedade é a grande arma. Engels caracterizava a realidade humana antes da Revolução industrial como “honesta”, com pessoas “vigorosas” e “robustas”, que “deleitavam-se nos exercícios físicos”. Essa visão romanceada oferecida por Engels contrapunha o novo perfil de “simples máquinas a serviço da aristocracia”, como traduzido por Lefebvre, no novo meio de produção humano. Nossa sociedade moderna já absorveu este conceito simbiótico de existência destes dois extremos na relação capitalista, certamente não de forma racional e analítica, mas de forma instintiva por sobrevivência. Tanto é assim que as discussões, retomando nossa realidade atual de Brasil e mundo, não passam mais por reconstrução de um novo modelo produtivo, mesmo com as diversas crises capitalistas no decorrer da história. De onde vem esta apatia