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2184 palavras 9 páginas
CONSTRUINDO TEORIAS SOBRE O BARROCO
Carla Mary S. Oliveira

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ARGAN, Giulio Carlo. Imagem e persuasão: ensaios sobre o barroco. Organização de
Bruno Contardi. Tradução de Maurício Santana Dias. São Paulo: Companhia das
Letras, 2004, 568 p.

Giulio Carlo Argan (1909-1992) certamente constitui-se como uma das raras exceções onde a atuação política no exercício de cargos públicos não comprometeu a vida intelectual. Prefeito de Roma entre 1976 e 1979, senador eleito pelo Partido
Comunista italiano em 1983 - cargo que exerceu por duas legislaturas - e catedrático de História da Arte Moderna na Universidade de Roma a partir de 1959, foi dos mais produtivos dentre os historiadores da Arte de sua geração, que inclui nomes como Ernst H. Gombrich, H. W. Janson e André Chastel. Seus estudos se estenderam por uma gama enorme de temas, que vão do Trecento italiano à Bauhaus, do
Românico à Arte Moderna, de Fra Angelico a Caravaggio. Na verdade, alguns de seus livros são obras fundamentais quando se fala de Historiografia e Crítica de
Arte produzida no século XX: História da Arte como História da Cidade2; Clássico
Anticlássico3; Arte Moderna4 e História da Arte Italiana5 são apenas alguns de seus principais trabalhos, numa extensa lista iniciada ainda na década de 30.
Depois de quase vinte anos desde sua primeira edição italiana, finalmente os leitores brasileiros podem dedicar-se à tarefa de vencer as mais de quinhentas páginas de Imagem e persuasão, coletânea de ensaios de Argan sobre o Barroco, organizada por Bruno Contardi e publicada em 1986 pela Feltrinelli, em Milão.
Aqui, a obra foi traduzida competentemente por Maurício Santana Dias e recebeu uma respeitável edição da Companhia das Letras.
Como toda coletânea, aliás, esta obra de Argan tem seus momentos altos e baixos. Seu principal mérito é reunir, num mesmo volume, ensaios esparsos do autor, quase todos publicados anteriormente em revistas especializadas e periódicos científicos de

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