Apresenta O Oral SIC Bruna

O PAPEL DO ESTRANGEIRO EM CONTOS DE MÁRIO DE ANDRADE

Bruna Schiavini Hoepers UFSC/FAPESC-CNPq
Fernanda Müller (Orientadora) CA/UFSC/FAPESC-CNPq/FUNPESQUISA

A importância de estudar o imigrante vai muito além de entendermos nosso passado, ela também é essencial para descobrimos o nosso presente e compreendermos certos conceitos, ações e pensamentos que influenciam ou estão presentes na sociedade atual. E assim, ao estudarmos o estrangeiro, estudamos a nós mesmos, pois somos uma mistura de tudo isso. Nesse trabalho pretendemos entrar no universo do imigrante de outra nacionalidade através do conto “Brasília”, de Mário de Andrade.
O estrangeiro, sobretudo na condição de imigrante, está muito presente em nossa literatura porque faz parte da constituição da sociedade há pelo menos dois séculos. Para essa análise, traremos alguns conceitos fundamentais, essenciais para entendermos mais sobre o assunto e aprofundar nossos conhecimentos. A começar pelo conceito básico: a literatura, que também é uma forma de mostrar sentimentos e/ou pensamento por meio da escrita, criando realidades ficcionais que podem dialogar com a sociedade a sua volta. Nesse mundo paralelo da literatura temos um gênero literário que se mostra muito adequado ao estudo: o conto. Mas o que é o conto?
O conto é, basicamente, segundo Angélica Soares, uma estrutura literária rápida. Diferente das novelas e dos romances, não tenta contar a vida, mas sim retratar um pedaço dela. Ainda segundo a autora, normalmente o conto é narrado de forma poética, e apresenta uma grande ironia que dá razão ao resto da história. Hênio Tavares nos traz um complemento quando comenta que o conto é um caso, um momento, ao passo, que o romance é a vida, um pedaço grande dela. O autor ainda cita um trecho de Mário de Andrade, onde o mesmo fala que o conto, é tudo aquilo que o autor denomina conto e simplesmente assim. Já Julio Cortázar faz uma analogia onde compara o conto e o romance a uma fotografia e a um longa-metragem,