Apresenta o de tradiçao o e ruptura

Apresentação de tradição e ruptura
Características da obra os magros

A obra Os Magros produzida por Euclides José Teixeira Neto, com 1cm de espessura, 15 cm de largura e 21 cm de cumprimento, 361 g, apresenta texto verbal, com narrador onisciente .
O tempo dominante na narrativa é cronológico, aparecendo em alguns momentos o tempo psicológico. O cronológico aparece no início do capítulo 22 “À noite daquele mesmo dia, o médico voltou” (p.89), ou seja, há uma sequência de tempo. Já o psicológico aparece no capítulo 39 “João sentou-se em uma pedra, junto à antiga cozinha. Ali sua mãe catava os meninos, debulhava feijão verde e ficava descansando nas horas de folga, com a mutuca muito arrumada atrás da cabeça.” (p.176). A mãe de João não estava mais viva, no entanto, ele conseguia enxergá-la em sua imaginação.

Euclides neto utiliza a técnica do contraponto, por meio da qual alterna as cenas e as histórias de uma família de um fazendeiro, rico proprietário de terras, e de um trabalhador rural; Euclides Neto apresenta um vigoroso documento da servidão existente em certas propriedades agrícolas. Duas narrativas paralelas se constroem em Os magros, a primeira, que nomeia a obra, é a dos magros trabalhadores de aluguel numa roça de cacau; e a segunda é a dos gordos, ricos e proprietários. Os magros possuem 39 blocos narrativos; nos blocos ímpares o escritor narra as desventuras de João; e, nos blocos pares, há o relato das (a)venturas do doutor Jorge, proprietário da fazenda de Os magros. A narrativa de Euclides Neto inspira-se nas fontes populares rurais da região sul da Bahia (e aí merece destaque o admirável levantamento lingüístico feito pelo ficcionista), marcada pela contradição da miséria dos trabalhadores com o luxo exorbitante dos proprietários das fazendas.