análise literária sobre a mitificação no livro caramuru

A obra caramuru é um poema épico que retrata o descobrimento da Bahia e o processo pelo qual Diogo Alvarés Correa passou de um simples prisioneiro para o lider dos tupinambás no Brasil. O livro caramuru é classificado como árcade porque remonta vários dos princípios do arcadismo,como por exemplo o "carpe diem" onde Diogo e os indios aproveitam a vida e os prazeres de sua terra intensamente, porque sabem que a velhice um dia chegará.
Na obra caramuru utiliza-se da mitologia das civilizações clássicas para ficcionalizar a vivência de Diogo com os tupinambás até o momento em que ele passa a ser um funcionário do governo português, no texto nós temos vários exemplos de mitos que ajudam Frei de santa rita durão a contar a história. Temos por exemplo esse trecho: Na viagem de volta ao Brasil, Catarina-Paraguaçu profetiza, prospectivamente, o futuro da nação. Descreve as terras da Bahia, suas povoações, igrejas, engenhos, fortalezas. Fala sobre seus governadores, a luta contra os franceses de Villegaignon, aliados aos Tamoios. Discorre sobre o ataque de Mem de Sá aos franceses no forte da enseada de Niterói e sobre a vitória de Estácio de Sá contra as mesmas forças. Esse "poder" de Paraguaçu se assemelha ao de Tétis quando ela mostra à Vasco da Gama um pouco sobre o futuro de Portugal, com isso o autor retoma a mitologia grega dos oráculos, dessa forma o autor consegue falar sobre a atual situação política que ele vive e os feitos de alguns heróis depois de Diogo.
Temos também o mito do bom selvagem onde o índio ainda não foi corrompido pela sociedade e ainda apresenta uma certa ingenuidade quando se trata de posses e individualidade,o índio é descrito como um ser sem maldade ,ou seja, não busca o enriquecimento e desenvolvimento individual característico da sociedade burguesa. Essa mitologia se assemelha aos ideais filosóficos dos gregos, que buscavam a felicidade na simplicidade e buscavam a vida mais simples, assim como no pensamento árcade.
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