ANÁLISE DO FILME “TEMPOS MODERNOS”

Analisando o filme “Tempos modernos”, de Charles Chaplin é possível perceber a forte intenção social da temática abordada pelo mesmo ao longo do enredo. Este lado social está retratado especialmente pela escravização e alienação do ser humano. Ao longo do filme, inúmeras discussões são suscitadas, contudo, o teor sociológico destaca-se por focar as mazelas de uma sociedade miserável, onde a riqueza se concentra nas mãos de uma minoria, enquanto a maioria de submete aos mais desumanos trabalhos e vive de forma paupérrima. Em linhas gerais, o homem representa o objeto, que a depender de seu poder aquisitivo está propenso à subalternidade ou ao comando.
Em suas primeiras cenas, o ser humano nos é apresentado como animal, caminhando para a morte, para sua degradação, uma vez que é tratado como máquina, que trabalha sem descanso para cumprir metas e obter lucro. O capitalismo é aqui a força motriz do enredo, sendo, pois, o tema de maior destaque, especialmente no que concerne à exploração do individuo. Observa-se que a sociedade é composta em sua maioria por desempregados, famintos e maltrapilhos que pra sobreviver se sujeitam ao trabalho pesado, à repetição de tarefas etc.
A classe dominante, que é minoria, em nome do progresso e do lucro explora o proletariado que sem escolha se submete aos desmandos num paralelo, observa-se que é a minoria dominando a maioria, numa ordem inversa das coisas. Interessante destacar que a maioria da sociedade, representada no filme pela classe subalterna, tem como fonte de renda apenas o trabalho braçal nas fábricas, ou os furtos. O desemprego é alarmante, desta forma, a solução está em se sujeitar à exploração. Assim, homens são transformados em máquinas em nome do lucro, da produtividade acelerada que vai gerar capital, renda, ao passo que não há emprego para todos, assim a fome e a miséria se alastram e o homem torna-se descartável, uma vez que não há leis trabalhistas, não há contrato e a carga de trabalho é excessiva e desumana.