ANÁLISE DO FILME UMA LIÇÃO DE VIDA

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como proposta analisar aspectos inerentes a realidade vivida por pacientes que adentram as instituições hospitalares, principalmente públicas, seja com menor ou maior grau de doença, onde a relação médico-paciente é dada de forma fria e, muitas vezes desumana, e no caso da paciente da obra de ficção Uma lição de vida, que passa por um tratamento agressivo de câncer de ovário, é tratada como mero objeto de experiência, pois seu tratamento visa, principalmente, resultados científicos.

Humanização diz respeito à mudança na cultura da atenção dos usuários e da gestão dos processos de trabalho (PNH, 2003).
A personagem do filme, Vivian, descobre que tem câncer no ovário em estado avançado e é submetida a um tratamento experimental, a partir daí o diálogo da equipe médica é com a doença e não mais com a paciente, pois não levam em conta sua integralidade como ser humano, nem tão pouco seus aspectos biopsicossociais, configurando como um ato de violência ao seu estado emocional. Neste sentido vale destacar que “tão importante quanto conhecer a doença que o homem tem, é conhecer o homem que tem a doença” (GONÇALVES 1999, apud OSLER 1932).
A paciente que antes da descoberta de sua doença, destacava-se como uma professora de renome, temida e admirada, exigente e intransigente, mas agora passa a ser um número no leito, reduzida tão somente a um mero objeto de pesquisa onde a doença, o câncer, é o ator principal, devendo cumprir obediência tomando os medicamentos e fazendo os exames prescritos por seu médico, tendo até mesmo que ser submetida ao isolamento em função do tratamento que busca, primordialmente, resultados científicos e não a melhora da saúde da paciente. Tudo transcorreu dentro da racionalidade científica da qual a própria paciente, enquanto professora, nunca esteve alheia.
Para KÜBLER-ROSS (1996), pouco a pouco, e inevitavelmente, o paciente começa a ser tratado como objeto e não mais