Análise do Filme Contrastes Humanos- Preston Sturges

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“Se o homem é fruto das estruturas, humanizemos as estruturas” (Karl, Marx)

Talvez essa frase de Marx, exprima o desejo de Preston Sturges e de seu personagem John L. Sulivan em Contrastes Humanos de 1942. Impossível dissociar um do outro. Dessa forma o mais coerente seria começar falando de Sturges, um escritor, roteirista e intelectual de Hollywood membro da Tavola (Mesa Redonda) do Algonquin, um grupo de famosos escritores, jornalistas, críticos e artistas que se reuniam no Hotel Algonquin em Nova York para comer, contar piadas, jogar poker e escreverem.
Nos anos 30 começou a escrever roteiros para a Paramount, que foram dirigidos por nomes como William Wyler e James Whale. Sua identificação com o cinema foi imediata. Seu primeiro filme como diretor foi O Tirano da Cidade em 1940, com tema arriscado, que surpreendeu a todos ao se tornar um sucesso. Afinal era o primeiro filme a ser escrito e dirigido por um mesmo cineasta. Em meio aos efeitos turbulentos da Grande depressão, Hollywood produzia incessantemente filmes com caráter escapista, comédias em sua maioria, com a finalidade de entreter a qualquer custo sem a necessidade de nenhum tipo de análise crítica fazendo o espectador esquecer da realidade fora da sala escura e o encarando um mero receptor passivo das imagens. Preston Sturges entra no cenário comercial hollywoodiano e não se identifica com esse tipo de produção, era um crítico ferrenho desse tipo de filme. Seu objetivo era poder fazer algo que fugisse das estreitas convenções, trazendo a tona temas que mereciam ser discutidos através de um tipo de humor mais nas áspero, irônico. Não coincidentemente, em Contrastes Humanos, John Sullivan, um diretor consagrado de comédias escapistas em Hollywood, se vê na necessidade de falar sobre os temas que via frequentemente. Quis fazer mais do que um filme de fuga e partir para um drama social, mostrando as mazelas da sociedade, a porção mais desfavorecida com a crise. Os traços autobiográficos e

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