Análise de Sagarana

2296 palavras 10 páginas
INTRODUÇÃO

Em carta a João Condé, atendendo a um pedido dele, disse Guimarães Rosa que, ao iniciar a composição de Sagarana, trabalhou com a intenção de colocar nele sua concepção-do-mundo, mas com arte, histórias que fossem adultas, mas que tivessem também algo daquelas fabulosas narrativas da Carochinha. Procurou esquecer todos os passados limites e regras porque, segundo ele, “na panela do pobre, tudo é tempero” e “um rio sem margens é o ideal do peixe”. Ao escolher o espaço, disse que podia escolher milhares, mas preferiu o pedaço de Minas Gerais por ser mais seu. Acrescenta que o livro foi escrito no quarto, em que ficou “horas de dias”, quase sempre na cama, escrevendo a lápis, durante sete meses de exaltação. Depois esperou durante sete anos tudo aquilo descansar. Em cinco meses do ano de 1945, Rosa retrabalhou os textos que foram finalmente publicados em 1946.

Capítulo I – A composição da obra Sagarana.

"Como escritor, não posso seguir a receita de Hollywood, segundo a qual é preciso sempre orientar-se pelo limite mais baixo do entendimento. Portanto, torno a repetir: não do ponto de vista filológico e sim do metafísico, no sertão fala-se a língua de Goethe, Dostoievski e Flaubert, porque o sertão é o terreno da eternidade, da solidão (...). No sertão, o homem é o eu que ainda não encontrou um tu; por ali os anjos e o diabo ainda manuseiam a língua".

Sagarana é um livro de Guimarães Rosa, composto de nove contos. Foi publicado em 1946 e a primeira versão foi por ele inscrita no Concurso Humberto de Campos, da livraria José Olympio, sob o título de Contos, em 1938, e que assinou sob o pseudônimo de Viator. Essa publicação foi premiada com o segundo lugar no concurso, perdendo para Maria Perigosa, de Luís Jardim.
É a primeira publicação que não foi posteriormente renegada pelo autor. Os textos exemplificam bem o estilo do autor, a sua linguagem inovadora e os seus temas, atrelados à vida rural de Minas Gerais.
O

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