Análise de poesias de manuel bendeira

275 palavras 2 páginas
Faculdade Educacional de Medianeira - UDC
Acadêmica: Bruna Lotterman
Professora: Cleiser S. Lângaro
Curso: Letras v

Análise das poesias de Manuel Bandeira
Morte Absoluta

Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.
Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão — felizes! — num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.

Morrer sem deixar porventura uma alma errante...
A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?

Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança de uma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento,
Em nenhuma epiderme.

Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: “Quem foi?...”
Morrer mais completamente ainda,
— Sem deixar sequer esse nome.

Preparação para a morte e

A vida é um milagre.
Cada flor,
Com sua forma, sua cor, seu aroma,
Cada flor é um milagre.
Cada pássaro,
Com sua plumagem, seu vôo, seu canto,
Cada pássaro é um milagre.
O espaço, infinito,
O espaço é um milagre.
A memória é um milagre.
A consciência é um milagre.
Tudo é milagre.
Tudo, menos a morte.
– Bendita a morte, que é o fim de todos os milagres.

:
Os poemas expressam: * Melancolia; * Lembrança de coisas belas da vida como a flor, espaço, tempo. Para ele a vida era um milagre, embora não tivesse tido a oportunidade de aproveitá-la; * Tinha a morte como um mal; * Tristeza por morrer só, por não deixar saudade para ninguém, por não ter ninguém; * A infelicidade da vida; * Espera pela morte; * Morrer sem deixar nada de lembrança de sua

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