Análise da obra O Mito Moderno da Natureza Intocada
DIEGUES, Antônio C. O Mito Moderno da Natureza Intocada. São Paulo: Hucitec, 1996, 169p.
A proteção da vida selvagem parte inicialmente da criação de parques e ilhas afastadas, mesmo que o homem interfira na natureza, algumas regiões permanecem intocadas. Sendo para o homem que vive na cidade, um local para aliviar a tensão do dia a dia. O naturalismo reativo denominado por Moscovici afirma que a natureza se encontra intocada, se opondo ao culturalismo que possui a intervenção do homem. O mito do paraíso perdido é presente no pensamento racional como afirma Morin, sendo representados como ecossistemas e diversidade biológica. A noção de uma natureza intocada faz parte do neomito. Ellen afirma que não há de fato uma região pura. Em países do terceiro mundo como o Brasil, as regiões destinadas à conservação são ocupadas por populações com culturas, mitos e relação com a natureza diferentes da sociedade urbanizada. Nessas áreas existe uma população camponesa não indígena, formada por uma mistura do branco, do indígena e do negro. Essas populações construíram modos de vida próprios voltados para os ciclos da natureza.
Para Ghimire a preocupação com as áreas de proteção está ligada a grande destruição da fauna e da flora e a atração que o turismo ambiental pode gerar.
A proteção das regiões naturais gera muitas questões. As áreas de proteção existentes não permite a presença de populações, mesmo essas sendo tradicionais. Outro aspecto é em relação ao território, a Phuma (PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE) sugere que dez por cento do território brasileiro seja transformado em áreas de preservação ambiental. Ghimire ainda afirma que o governo não avalia os custos ambientais e sociais para a fixação dessas áreas. Outro problema chama a atenção para a expulsão das populações tradicionais dos seus territórios, que com essa ação acaba por perder-se muito das práticas ambientais e culturais daquela população,