Antropologia e música

1)Ewelter Rocha em seu trabalho concentra-se na investigação dos significados dos chamados “benditos fortes”, os quais são cantorias proferidas por devotos da religiosidade penitente de Juazeiro do Norte. Sua hipótese é de que o canto dos tais benditos provocaria nos fiéis a experiência de sofrimento como forma de penitência para o se livrar dos pecados. Desta forma, a performance musical estaria relacionada com uma cerimônia de sacrifício.
No capítulo 2 de sua tese, Rocha ilustra com exemplos a relação entre música e sacrifício. As cerimônias de autoflagelação, segundo ele, constitui o principal momento da salvação da alma a partir do sacrifício. Em momentos como esse, os benditos que compõem a cerimônia parecem traduzir e até mesmo justificar o momento de sacrifício para a salvação da alma.
A “sentinela”, por exemplo, é um rito católico, no qual o canto dos benditos são quase ininterruptos, começando após a morte de alguém. As rezas e benditos são para que Deus salve a alma daquele que partira e por fim, começa-se a realizar o momento da despedida, cujos benditos representam a saudade e o sofrimento dos amigos e familiares que ficaram na terra com seus pecados.
2) Em “A musica e o risco” Rose Satiko identifica a apresentação como o auge do processo pedagógico da experiência de aprendizado musical. Pois é o momento em que se exibe aquilo que se aprendeu e que se ensaiou durante um período, e que neste momento pode se transformar na oportunidade de expandir horizontes e conhecer novos lugares e novas pessoas. Principalmente para os jovens que são internos da Febem, que tiveram a liberdade cerceada e não teriam outra chance ou maneira de reconquistá-la não fosse pelo projeto de fazer música.
No filme “Pulso, um vídeo com Alessandra”, o momento da apresentação é também tido como o auge do processo pedagógico da experiência de aprendizado musical. No caso da Alessandra, a apresentação do vídeo produzido por ela, “Virus da musica”, no qual os personagens são os