Antonio Housiss

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Leodegário A. de Azevedo Filho dois problemas textológicos se equivalem, pois tanto no caso de
Camões, como no caso de Gregório de Matos, são as questões autorais e as questões textuais propriamente ditas que vão constituir o grande desafio multissecularmente proposto aos pesquisadores daqui e do resto do mundo. Para isso, evidentemente, será preciso estabelecer critérios objetivos no sentido da constituiçãoo preliminar de um corpus minimum — o que não vai excluir a possibilidade de um corpus addititium — de autoria incontroversa e confirmada ao menos por um testemunho da época, dando-se assim início ao estabelecimento crítico dos textos com os recursos fornecidos pela moderna teoria ecdótica, sobretudo com base no sistema de crítica das variantes, segundo as lições teóricas de um Gianfranco Contini, o grande mestre da moderna crítica verbal européia, falecido não faz muito tempo. Resolvidas as duas questões — sempre a partir dos manuscritos da época — da melhor forma técnica possível, terse- ão, então e afinal, o texto poético de Camões e o texto de Gregório de Matos, como ponto de partida para a revisão de todos os estudos literários até hoje desenvolvidos sobre ambos, mas lamentavelmente a partir de uma tradição ou transmissão impressa manifestamente corrompida. Por isso mesmo, o novo método estabelece, como exigência preliminar, o estudo paleográfico e codicol ógico dos livros de mão ou cancioneiros da época, todos apógrafos.
Mas é neles que se encontram perdidas — já que os autógrafos desapareceram — as raízes textuais da obra lírica do Poeta portugu ês e da obra lírica do Poeta brasileiro. No caso de Camões, justo será assinalar aqui que o nosso colega Emmanuel Pereira Filho, depois de assistir ao proveitoso curso de crítica textual ministrado por Antônio Houaiss na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e já aqui referido, lançou as bases — mais tarde por nós revistas e desenvolvidas
— da teoria do cânone mínimo, hoje

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