Antibiotico

As drogas antimicrobianas são usadas em veterinária com três objectivos: terapêutica, profilaxia e nutrição. Neste trabalho, destinado a clínicos de bovinos, apenas irei abordar o primeiro propósito.
Várias razões justificam uma abordagem deste género à utilização de antimicrobianos na clínica de campo. Primeiro porque a eficácia depende largamente da escolha criteriosa e consciente do melhor produto para cada situação – não existe a droga universal. Depois porque existem fortes condicionalismos económicos a estrangular a actividade agrícola e por isso na medicina dos animais de pecuária – a cura rápida é essencial. Também porque o bem-estar do animal doente merece uma atenção especial do clínico e depende muito da eficácia da estratégia terapêutica adoptada.
Finalmente, e a razão mais importante, porque existe uma crescente preocupação com as resistências bacterianas e a sua possível transmissão a agentes patogénicos do homem – a sua prevenção deve ser uma prioridade.
A tendência para desleixar os critérios de escolha do produto a administrar ao animal doente é bem conhecida de todos nós. Seja por hábito, seja por má avaliação ou por ignorância, muitas vezes elegemos um produto, uma dose, uma via ou um esquema terapêutico sem uma verdadeira reflexão acerca da complexidade da entidade clínica que tratamos. Tantas vezes pensamos que o
Congresso de Ciências Veterinárias [Proceedings of the Veterinary Sciences Congress, 2002], SPCV, Oeiras, 10-12 Out., pp. 119-126 difícil é fazer o diagnóstico e que o tratamento se resume à escolha do antimicrobiano cujo espectro inclua a bactéria presente. Com a referida emergência de resistências é dever do clínico incluir uma série de outros cuidados já que as repercussões de certos erros deixam de se restringir ao animal alvo do tratamento. Esses cuidados também se prolongam para além da actividade puramente clínica e incluem uma actividade pedagógica e fiscalizadora de tudo o que se refere ao “consumo”
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