anterno falinho

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CAPA I produtividade

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O trabalhador brasileiro em média gera um quinto da riqueza gerada pelo americano. Para se tornar uma nação rica, o Brasil precisa aprender a produzir com mais eficiência
F A B I A N E STEFANO E HUMBERTO M A I A JÚNIOR

PRÉDIO EM
CONSTRUÇÃO
EM SÃO PAULO: método artesanal nas obras explica a baixa eficiência do s e í o r no Brasil

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o INÍCIO DO SÉCULO 2 0 , O AMERICANO HENRY
FORD CUmfOU UMA FRASE que continua presen-

te nos manuais de gestão: "Há uma linica regra para um industriai: faça produtos com a melhor qualidade possível, ao menor custo, pagando os salários mais altos que puder". Hoje óbvia, a lição de Ford foi tirada das experiências da primeira linha de montagem de carros, criada em 1913. em
Highland Park, em Michigan. Nela, o operário passou a repetir a função de inserir as peças nos veículos, movidos numa esteira. O propósito dessa organização foi ganhar produtividade. Cada empregado da Ford recebia
5 dólares ao dia — o dobro da média americana da época. No sistema fordista, um carro passou a ser montado em 98 minutos, com qualidade, preço baixo e volume de produção. O método, que exigia grande investimento em máquinas, foi amplamente copiado e transcendeu as fronteiras do setor automotivo e dos Estados Unidos. Um século depois, a obsessão de Ford pelo aumento de produtividade de homens e máquinas continua a ser um mantra.
Do chão de fábrica, ela migrou para a agricultura, para a construção e para os serviços — e ganhou a dimensão das nações. Hoje, a produtividade é vista como uma medida da eficiência no uso de fatores como o capital e o trabalho. A capacidade de fazer mais com os recursos disponíveis se tomou t a m b é m um atalho para o desenvolvimento. "A melhor maneira de um país enriquecer é conseguir que cada trabalhador produza mais", diz o economista José Alexandre Scheinkman, professor da Universidade de
Princeton. A má notícia é que o Brasil, país de renda

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