Animais marinhos

Na maioria das vezes, são encontrados presos em redes de pesca, pedaços de plástico ou embalagens de madeira, enrolados em fios de nylon, fisgados por anzóis, baleados, mutilados por hélices de barcos, contaminados por produtos químicos, mas ainda vivos”, diz o oceanógrafo Lauro Barcellos, que está à frente do Cram, sediado em Rio Grande (RS). As vítimas são de diversas espécies: pinguins, focas, leões-marinhos, albatrozes, gaivotas, petréis, tartarugas, golfinhos, orcas e toninhas, entre outros animais.

O convênio da Petrobras com o Cram foi feito em 2000, quando ocorreu o acidente ambiental na Baía de Guanabara. E a estrutura socorre a vida marinha que não é atacada pela atividade de extração de petróleo, mas por fontes diversas, que vão da pesca predatória ao desleixo de alguns armadores. “Em muitas ocasiões, os animais estão sujos de óleo, porque navios lavam seus tanques em alto-mar ou por conta de derrames”, conta Barcellos.

A limpeza dos tanques de navios no mar é uma das ocorrências mais críticas. Os derramamentos de óleo decorrentes desse trabalho provocam mais mortes de animais do que acidentes localizados. “Nesses casos, as tripulações das inúmeras embarcações causadoras do problema não costumam empreender nenhum esforço para limpar o ambiente e proteger a fauna marinha. Por conta disso, a ajuda pode chegar tarde demais”, diz o oceanógrafo.

Para enfrentar situações como essa, a Petrobras montou cinco Unidades Móveis de Reabilitação de Fauna, UTIs veterinárias que podem ser deslocadas rapidamente para qualquer lugar do país onde sejam necessárias. As unidades prestam os primeiros socorros aos animais atingidos, a partir de métodos internacionalmente reconhecidos de estabilização, aplicação de medicamentos, redução de estresse e limpeza com água morna e detergente. Depois dos procedimentos iniciais são observadas as funções vitais e os padrões comportamentais que caracterizam as espécies, para que possam ser liberadas nos ecossistemas de