Angústia, finitude e impropriedade na obra de clarice lispector – um estudo fenomenológico existencial

2314 palavras 10 páginas
Raíssa Tebet Coelho Soares

Angústia, Finitude e Impropriedade na Obra de Clarice Lispector –
Um estudo Fenomenológico Existencial

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

São Paulo
2009
Raíssa Tebet Coelho Soares

Angústia, Finitude e Impropriedade na Obra de Clarice Lispector –
Um estudo Fenomenológico Existencial

Trabalho realizado como exigência da disciplina de eletiva de Pesquisa em Fenomenologia-Existencial da Faculdade de Psicologia da PUCSP.

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

São Paulo
2009
1. Introdução

Clarice Lispector é uma escritora em cuja obra a caracterização das personagens e as ações são elementos secundários; importa-lhe captar a vivência interior das personagens, a complexidade de seus aspectos psicológicos, daí resultando uma narrativa introspectiva e o monólogo interior. “Na trilha filosófica do existencialismo, Clarice enfatiza a angústia do homem diante de sua liberdade para escolher o curso que deseja dar à sua vida. Essa escolha é necessária, já que sua existência não está predeterminada, e a maneira de cada indivíduo ser e estar no mundo, e entendê-lo, resulta de sua própria opção” (WISNIEWSKI, 2009). Assim, o homem tem a liberdade de optar por uma vida autêntica e questionadora, mas isso pode levá-lo a enxergar um mundo absurdo em que nada faz sentido e, conseqüentemente, a afundar-se num abismo de perplexidades. Por outro lado, pode refugiar-se na banalidade do cotidiano e nos interesses imediatos, limitados e efêmeros, os quais certamente nunca o deixarão plenamente satisfeito por viver uma vida superficial e vazia. As narrativas de Clarice Lispector quase sempre focalizam um momento de revelação, um momento especial, em que a personagem defronta-se subitamente com a verdade, com sua

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