anemia
Os doentes com VIH que têm simultaneamente anemia e estádio 4 de doença por VIH da OMS têm 59% (ou mais) de possibilidades de morrer, durante o tratamento com antibióticos de infecções oportunistas como a tuberculose (TB). Estas evidências, apresentadas na 4ª Conferência Sul-Africana sobre SIDA, em Durban, sugerem que a anemia é um factor de risco independente que necessita de ser abordado separadamente das outras doenças associadas ao VIH.
Estudos prévios demonstraram que os doentes num estado avançado de SIDA podem ver a sua esperança de vida prolongada, através do tratamento das infecções oportunistas com antibióticos agressivos ou tratamento antifúngico e terapêutica anti-retroviral. Os doentes co-infectados com VIH/TB que são tratados com tuberculostáticos, por exemplo, têm menos probabilidades de morrer (40% de taxa de mortalidade) quando comparados com os que não tomam este tratamento (40% de taxa de mortalidade).
A anemia caracteriza-se por um conjunto de sintomas tais como fadiga, dores de cabeça e falta de ar, causados pelos níveis baixos de hemoglobina. As pessoas com VIH num estado avançado sofrem frequentemente de anemia porque os seus corpos já não conseguem (por várias razões) produzir as hormonas necessárias para estimular a produção de glóbulos vermelhos.
Trabalhos previamente publicados de coortes em países de recursos limitados sugerem que a anemia, que não reage a antibióticos, é um risco acrescido de mortalidade em pessoas em estados avançados de doença pelo VIH.
A equipa de pesquisa sul-africana, que trabalha no Hospital de Settlers em KwaZulu-Natal, avaliou o impacto da anemia em sobreviventes de uma coorte sul-africana, através da recolha de dados de transfusões de sangue, hematínicos (substância necessária à produção de glóbulos vermelhos, como o ferro e o ácido fólico) e historial da terapêutica anti-retroviral de pessoas que deram entrada nos cuidados