Ancilostomose

514 palavras 3 páginas
"Jeca Tatu era um pobre caboclo que morava no mato, numa casinha de sapé. Vivia na maior pobreza, em companhia da mulher, muito magra e feia, e de várias filhinhas pálidas e tristes. Um dia, um doutor portou lá por causa da chuva e espantou-se de tanta miséria. Vendo o caboclo tão amarelo e chucro, resolveu examiná-lo.
- Amigo Jeca, o que você tem é doença.
- Pode ser. Sinto uma canseira sem fim, e dor de cabeça, e uma pontada aqui no peito que responde na cacunda.
- Isso mesmo. Você sofre de anquilostomíase.
- Anqui... o quê?
- Sofre de amarelão! (...)."
A ancilostomose, também conhecida como amarelão e opilação, ficou conhecida por meio de um dos personagens mais populares da cultura brasileira, o Jeca Tatu.
Idealizado por Monteiro Lobato em 1918, o personagem, símbolo do atraso e da pobreza no Brasil rural, representou, de forma caricatural, a situação crítica do homem no interior do País. Com Jeca Tatu, Lobato abordou uma das principais questões sociais brasileiras: a saúde pública. Para isso, utilizou uma doença tropical que, até então, era totalmente negligenciada.
Figurando entre as doenças mais prevalentes da atualidade, a ancilostomose afeta cerca de 750 milhões de pessoas no mundo inteiro, principalmente nos países tropicais e subtropicais. Um dos seus sintomas é tornar a pele amarelada, o que deu origem ao nome popular "amarelão". O ser humano, ao ser infectado, desenvolve patologias como a anemia, problemas cognitivos e musculares. Assim como a leishmaniose, a doença de Chagas e outras endemias típicas de países subdesenvolvidos, a ancilostomose está ligada à falta de estruturas sanitária, médica e hospitalar adequadas. Em Minas Gerais, a prevalência varia de região para região, chegando a 80% no nordeste do Estado, principalmente no Vale do Mucuri e Jequitinhonha.
Diminuir esse índice por meio da imunização da população é o objetivo de um grupo de pesquisadores do Centro de Pesquisas René Rachou (CPqRR), unidade da Fiocruz em Minas

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