anciedade

ANTROPOLOGIA

O livro relata a vida de Carolina Maria de Jesus (1914 - 1977), que era moradora da favela do Canindé, no estado de São Paulo. Carolina nasceu em M.G, e lá cursou somente até a 2° série do Ensino Fundamental. Trabalhou como empregada doméstica em S.P, e anos após se tornou catadora de reciclados para proporcionar uma vida melhor para sua família.
O fato de ser mãe solteira de três filhos, e quase analfabeta não impediu que ela adquirisse o gosto pela leitura, e passasse então a escrever um diário relatando a realidade dos favelados, situações de muita violência, abandono e miséria à que todos estavam submetidos.
O diário de Carolina virou livro em 1960, e correu o mundo, sendo traduzido para 13 idiomas.
Em sua linguagem simples Carolina nos conta histórias de crianças e adultos que por se alimentarem de restos de comida encontrados no lixo e falta de saneamento básico, acabavam adoecendo e chegando à morte. Ela também relata o quanto era comum a prostituição de menores, os abusos sexuais, e as drogas no cotidiano das favelas.
Carolina critica sem medo os políticos da época, que só faziam visitar as favelas nas épocas de eleições para pedir votos e encher o coração dos moradores de promessas. Esses relatos de Carolina nos mostram o quanto ainda é atuais esses cenários, e que as táticas usadas pelos políticos e governantes não mudaram.
Na época em que Carolina procurava o Serviço Social sentia o descaso e a ironia com que os pobres eram tratados e que a única coisa que eles queriam saber eram seus nomes e seus endereços.
Segundo Carmelita Yazbek (set. de 2010) “Abordar aqueles que socialmente são constituídos como pobres é penetrar num universo de dimensões insuspeitadas, marcado pela subalternidade, pela revolta silenciosa, pela resiliência aliadas estratégias para melhor sobreviver apesar de tudo”.
Carolina deu voz aos miseráveis, Quarto de despejo é um pedido de socorro que precisa ser ouvido. Precisamos querer enxergar e fazer algo