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Pretende-se aqui resenhar criticamente os textos de Ecléa Bosi “os trabalhos da memoria” e quatro poemas na verdade um poema e três versões do mesmo. O poema analisado “canção do exilio” de Gonçalves Dias e suas três releituras simultaneamente por Casimiro de Abreu; Murilo Mendes e Carlos Drummond de Andrade.
O texto teórico de Ecléa Bosi “os trabalhos da memoria” é um conjunto de histórias de recordadores, organizadas de forma coerente e com explanações sobre a memória política, memórias dos oprimidos e memória do trabalho. Segundo Bosi “as pessoas antigas e suas memórias devem ter quem lute por elas, pois o espaço que tinham para lutar foi invadido pelos mecanismos do sistema capitalista”. São descritos quatro tipos de mecanismos: os institucionais visíveis, os psicológicos sutis, os técnicos e os científicos.

O poema a canção do exilio foi produzida por Gonçalves dias em julho de 1843. O autor desse poema encontrava-se em Coimbra fazendo faculdade de direito e sentia-se um exilado físico e geograficamente. O Brasil por sua vez estava num cenário de forte nacionalismo graças ao recente rompimento do Brasil-colônia com Portugal. Gonçalves então demonstra sua indiferença para como os valores portugueses e ressaltar os valores naturais do Brasil elabora um poema de exaltação à pátria sem a presença de adjetivos.
Foi considerado o poeta da natureza. Seus poemas sobre elementos naturais foram denominados por ele mesmo de “poesias americana”. O poeta maranhense é um homem nostálgico que lembra a infância, os amores do passado e antes de tudo um homem que na Europa sente-se só exilado e é arrastado pela memória até sua terra natal.
Dai então surgem varias versões para o poema de Gonçalves. Casimiro de Abreu, poeta contemporâneo de Dias, compôs uma “Canção do Exílio” bem parecida apenas acrescentou ao poema uma referência à sua infância, à figura materna e substituiu “palmeiras” por “laranjeiras”. Murilo Mendes foi mais ousado apresentou uma nova