Amazônia

Amazônia começa a se configurar como território a partir de 1850, mas muito antes a floresta já era devastada nas margens dos rios em busca das chamadas “drogas do sertão”, utilizadas como condimentos e na farmácia europeia. A fronteira amazônica só pode ser entendida logo após a inserção do Brasil no sistema global capitalista pós Segunda Guerra Mundial. Descoberta a vulcanização pelos europeus, em 1870 a borracha se tornaria importante no mercado externo, contudo, não havia pessoas suficientes para o trabalho de retirada do látex, uma vez que o contingente de índios foi reduzido drasticamente após a Cabanagem. Por coincidência, o Nordeste brasileiro está sendo assolado pela seca e uma vaga de nordestinos é atraída para a Amazônia para extrair a borracha. A escolha de migrar para a região amazônica e não para o sudeste, onde o cultivo de café se encontrava no auge, se deu porque a Amazônia era vista como terra de liberdade. Mas é claro que o nordestino não encontrou liberdade alguma lá, e sim um trabalho no sistema de aviamento. A borracha era um dos principais recursos naturais que começavam a ser explorados na Amazônia. Ainda havia muito para ser descoberto. Até o início da década de 1960, o conhecimento do subsolo da Amazônia estava restrito aos relatórios de viagem de poucos pesquisadores, normalmente limitados à calha dos grandes rios. A atividade mineral resumia-se apenas a um grande empreendimento — produção de minério de manganês pela ICOMI no Amapá — e a poucos garimpos de diamante, ouro ou cassiterita. Uma política governamental estava sendo criada para a integração da Amazônia apoiada nos incentivos fiscais, visando melhorar as redes de transporte e comunicação e atraindo fluxos migratórios. Assim, os primeiros investimentos na Amazônia foram feitos por grandes corporações industriais multinacionais. A Amazônia corresponde a uma das maiores regiões da Terra — ainda desconhecida — com potencialidade para a descoberta de bens minerais.