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A mesmidade da filosofia

O passado filosófico é marcado por uma multidão de opiniões, pois a partir dele só se vê apenas confusão. Para chegar ao aspecto da realidade não se precisa de pressa, devendo se evitar descartar os primeiros e confusos aspectos. A história da filosofia é vista como uma multidão, situação em que há várias doutrinas diferentes, o que faz com que se diga que a filosofia tem um aspecto de doce manicômio, tendo traços parecidos com a demência. Mas, mesmo que as doutrinas sejam diferentes, elas acabam sendo similares, pois têm opinião sobre o mesmo, ou seja, todas são a mesma filosofia, tendo uma mesmidade, e entrando nessa mesmidade se vê a intimidade da filosofia. Assim, com a filosofia, a primeira coisa que se tem é a variedade de nomes, e títulos de seus livros, sendo que o passado radical da filosofia acaba se fazendo presente até hoje. Desse modo, os nomes deste passado são comparados aos pássaros que em alto-mar voam e anunciam as ilhas aos navegantes. Sendo também os nomes remetidos à referência bíblica, pois em Mateus, capítulo 18, versículo 20 afirma: “Onde estão dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”. Além disso, o nome faz referência à coisa, e a coisa é o símbolo de algo que não está presente. Logo, é preciso ter cuidado, pois os nomes podem virar máscaras, levando à ilusão e falsidade, fazendo com que a coisa seja escondida. Assim, mesmo se tendo o nome das coisas, e se achando que se pode falar com seriedade destas, é importante relembrar que o verdadeiro saber está envolvido com a mudez e a solidão.

O nome autêntico

A filosofia propriamente dita tem início com Parmênides e Heráclitos. Parmênides e outros daquela época tinham a doutrina denominada alethéia, sendo este o nome primitivo do filosofar. Logo, quando nasce um nome, este não possui nenhuma qualificação, não havendo entre o nome e o homem qualquer ideal ou intepretação, devendo o nome ser levado ao mundo