Alfabetização e letramento

Ao olharmos historicamente o processo de alfabetização escolar, notamos algumas mudanças conceituais em sua trajetória, uma delas gira em torno das questões conceituais de alfabetização e do surgimento de um novo termo: o letramento. Para um aprofundamento das reflexões acerca desse tema, se faz necessário elencar as diferenças entre os dois termos.
Ao dizer que um individuo é alfabetizado, estamos dizendo que o mesmo sabe ler e escrever, ou seja, constrói a gramática e adquire as habilidades exigidas no processo – codificação e decodificação (WIKIPÉDIA). Segundo o MEC, alfabetização é a capacidade de decodificar os sinais gráficos, transformando-os em sons, e, na escrita, a capacidade de codificar os sons da fala, transformando-os em sinais, ou seja, um processo mecânico de aquisição das habilidades citadas.
Letramento podemos dizer que é a capacidade do indivíduo em ser letrado, ou seja, dominar a leitura e a escrita, e utiliza-la com competência em seu meio social (WIKIPÉDIA). Segundo Soares (2003) letramento não é necessariamente o resultado de ensinar a ler e a escrever. É o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita. Sendo assim letramento é o aprofundamento do processo de Alfabetização.
Emilia Ferreiro em entrevista concedida à revista Nova Escola sugeriu que, no plano conceitual, talvez a distinção entre alfabetização e letramento não fosse necessária, bastando apenas que se ressignificasse o conceito de alfabetização no plano pedagógico, porém, a distinção torna-se conveniente para que os dois processos sejam reconhecidos como indissociáveis e interdependentes. A alfabetização só tem sentido e significado a partir do momento que é acompanhada do contexto das práticas sociais, que por sua vez só poderá acontecer a partir do momento em que a pessoa se apropriar do sistema de escrita.
Assim ao dizer que escrever é interagir, e interage aquele que tem o que dizer, a quem dizer, o