agamemnoneas3caixas

Agamemnon de Ésquilo
Agamémnon e o Modelo das 3 Caixas Chinesas
Usando o modelo das três caixas chinesas de Giorgio Srehler em Agamémnon, de Ésquilo:
Caixa pequena – Fábula
Nesta caixa, a mais pequena, podemos colocar as alusões aos feitos sobrenaturais dos Deuses, tal como na parte inicial, o coro canta:
“ (…) Porém alguns dos deuses lá do alto
- Apolo, ou Pan, ou mesmo o grande Zeus
- escuta as queixas das magoadas aves, valentes habitantes do seu reino, e contra quem lhes fez tamanho mal envia pelas Fúrias vingadoras castigo certo e duro, embora tardo.
Assim agiu o grande Zeus fortíssimo sempre zeloso da hospitalidade mandando contra Párias os Atridas. (…)”

A descrição dos feitos dos Deuses, aliás, presente nos textos gregos e romanos, faz parte da definição de Fábula. Também a presença das Pleiades e a referência ao rei como um Deus-leão.

“(…) quando as brilhantes Plêiades já declinavam; buscando carne humana em todos os redutos o régio leão saciou-se de sangue. (…)”

Ésquilo aborda esta história com um sentido muito divino, em que os homens são meros instrumentos do destino, e que dependem dos Deuses como um meio para chegar a um fim. O seu fim é sempre aceite como inalterável, e por isso

Caixa média – História
No início do texto, há diversas referências ao tempo histórico. O Sentinela diz que Tróia perdeu a guerra, foi vencida, o que nos faz situar históricamente cerca de 1300 a.C. a 1200 a.C..
“(…)Fala alto e forte para que me escute bem a esposa de Agamémnon em seu leito régio e faça reboar pelo palácio todo um grito estrepitoso de contentamento se é verdadeira esta revelação das chamas e finalmente Tróia forte foi vencida.(…)”

Também o coro, logo de seguida, menciona a duração de dez anos da guerra de Tróia, dizendo que os soldados gregos já partiram há dez anos.

“(…)Partiram há dez anos desta terra mandando em mil navios belicosos e tripulados por todos os argivos
- apoio marcial a seus anseios - rei Menelau, que detestava