Admirável Mundo Novo

RESENHA
Admirável Mundo Novo

Letícia Stempcyznski¹
Admirável Mundo Novo é um livro escrito por Aldous Huxley em 1932, que relata uma sociedade extremamente científica, onde as pessoas são condicionadas a viver de acordo com leis e normas sociais, dentro de uma sociedade dividida em castas. Nessa sociedade conceito de família, valores morais e éticas religiosas não existem, além disso, as crianças têm educação sexual desde os primeiros anos de vida. Tudo isso se torna aceitável através de uma droga chamada soma, que tem o poder de obter uma fuga da realidade, fazendo com que as pessoas são submetidas a acreditar que todos são felizes.
A população repete centenas de vezes mensagens durante o sono, com a intenção de ficarem gravadas algumas lições em seus subconscientes através do Sistema Hipnopédico. O ódio instintivo aos livros e flores é aplicado desde os oito meses de vida, onde os bebês de casta Delta (considerada baixa) são condicionados a choques a fim de criar certa repulsa sobre esses objetos, fazendo com que “nada queiram com a literatura e botânica durante a vida toda” (p. 10). Além disso, as pessoas vivem em comunidade, onde, segundo Bauman, é capaz de fornecer tudo o que seus membros precisam.
Em A Sociedade de Consumo, Jean Baudrillard afirma que não queremos nos conectar com alguém para sempre, mas que não podemos ficar sozinhos. Essa ideia é totalmente oposta no livro Admirável Mundo Novo, onde o conceito de família é algo incomum, e palavras como mãe e pai são insultos aos membros. Não há vínculo amoroso, afinal, o Diretor de Incubação e Condicionamento intervia tudo o que fosse intenso ou duradouro. É como o Amor Líquido, que representa a fragilidade dos laços e um amor criado pela sociedade para tirar a responsabilidade desses relacionamentos sérios, que estão cada vez mais “descartáveis”.
Bernard Marx é um Alfa Mais (a casta