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RESENHAS

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Crime e expiação: a recepção de Os sertões de Euclides da Cunha
José Leonardo do NASCIMENTO e Valentim FACIOLI (orgs.). Juízos críticos: Os sertões e os olhares da sua época. São Paulo, Nankin Editorial/Editora da Unesp, 2003. 158 páginas.
André Botelho
Passado um ano das comemorações do centenário de Os sertões: campanha de Canudos (1902) de Euclides da Cunha (1866-1909), os leitores e, em particular, os pesquisadores da obra euclidiana ganham com Juízos críticos: Os sertões e os olhares da sua época um instrumento imprescindível para avaliar a força do chamado “livro vingador” já no seu contexto intelectual original de publicação.
Partindo do volume Juízos críticos, publicado em 1904 pela editora Laemmert, reunindo algumas das primeiras resenhas de Os sertões de
Euclides da Cunha, publicado dois anos antes pela mesma editora, os organizadores acrescentaram a ele dois textos fundamentais. O primeiro, um artigo do botânico José de Campos Novaes publicado originalmente no número 1, ano III, de
31 de janeiro de 1903, da Revista do Centro de
Ciências e Artes de Campinas, então dirigida pelo próprio Campos Novaes. O segundo, o discurso de recepção a Euclides da Cunha na Academia
Brasileira de Letras em 18 de dezembro de 1906 proferido por Sílvio Romero. Além de meticulosa preparação do texto pelos organizadores com notas esclarecedoras sobretudo sobre as datas de publicação das críticas e indicações bibliográficas dos seus autores (elementos ausentes na edição original), deve-se ressaltar ainda o ensaio “Os sertões e os olhares de sua época” de José Leonardo do Nascimento, que abre o volume. O autor aliás é organizador de outro valioso trabalho sobre a obra euclidiana publicado também em 2003 (Os sertões de Euclides da Cunha: releituras e diálogos, São Paulo, Editora da Unesp).

Apenas a reedição do volume Juízos críticos da Laemmert já configuraria uma contribuição importante dos organizadores aos estudos euclidianos, uma vez que torna os textos nele

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