92743776 Hunt Revolucao Francesa E Vida Privada

1738 palavras 7 páginas
Hunt, Lynn. “Revolução Francesa e Vida Privada”. In Michelle Perrot (org.), História da Vida Privada (vol. IV): Da Revolução Francesa à Primeira Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, pp. 21-51.
1. Objetivo: verificar a presença e os limites da privacidade no contexto da Revolução francesa, incluindo a maneira como o tratamento das relações entre público e privado, nesse período, determinou a configuração da vida privada no século XIX.

2. O predomínio da esfera pública: o privado confundido com o “contra-revolucionário” (pp. 21-4).

a) Recusa ao partidarismo (partido “do povo” [totalidade] versus partido “dos intrigantes”, pp. 21-2).

b) Falta de identificação com a Revolução na esfera pública indicaria corrupção a esfera privada (p. 22). Robespierre: imoralidade (privada) é “impolítico”, corrupção é “contra-revolucionário” (p. 23).

c) A Revolução no nível do indivíduo: “Para ser realmente republicano, é preciso que cada cidadão experimente e opere em si mesmo uma revolução igual à que transformou a face da França” (p. 24, citando a “Comissão temporária de vigilância republicana estabelecida em Ville-Affranchie, Lyon”).

3. O público invadindo o privado: o vestuário.

a) Encontrando significado político nas roupas (p. 24). Simplicidade e avareza no vestuário como prova de patriotismo. “A moda masculina não se definiu de imediato com tanta clareza, mas a indumentária logo se transformou num sistema semiótico intensamente carregado” (p. 24).

b) Preocupação com o vestuário feminino: medidas para impedir a obrigatoriedade de determinadas vestimentas visou, sobretudo, barrar a “radicalidade revolucionária” entre as mulheres: “Hoje se exige o barrete vermelho [para as mulheres]; não vão parar por aí; logo exigirão o cinto com pistolas” (p. 26, citando o Comitê de Segurança Geral). Supressão das associações femininas, entendendo-se que iam “contra a ‘ordem natural’, na medida em que ‘emancipavam’ as mulheres de sua identidade exclusivamente familiar (privada)” (p.

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