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Cândido Moreira Rodrigues

Críticos da Revolução Francesa:

conservadores tradicionalistas e contrarrevolucionários
O revolucionário “só idolatra o devir até a instauração da ordem pela qual se debatera” (ÉMILE CIORAN, 1957).
Os direitos dos povos... partem sempre da concessão dos soberanos. (...) Mas os direitos do soberano e da aristocracia não têm data nem autores (JOSEPH DE MAISTRE, 1797).

Para realizarmos o estudo do pensamento conservador, de fundo tradicionalista ou contrarrevolucionário, cabe considerar como e em relação a que esse tipo de pensamento se constituiu1. O pensamento conservador tradicionalista ou conservador contrarrevolucionário se formou face às mudanças operadas pela Revolução Francesa. Se a Grã-Bretanha fornecia ao mundo do século XIX os impactos de sua revolução industrial, a França daria suas revoluções e ideias ao mundo, de modo que a política européia até por volta de 1917 seria formada por lutas “a favor e contra os princípios de 1789, ou os ainda mais incendiários de 1793”. É em relação a muitos desses princípios que o pensamento conservador se volta, reage. Hobsbawm sugere que as origens da Revolução Francesa devem ser buscadas nas condições gerais da Europa, mas, em primeiro lugar, em situações específicas da
França. Embora a França não fosse uma potência como a Grã-Bretanha, ela era a “mais poderosa (...) das velhas e aristocráticas monarquias absolutas da Europa”, de forma que “o conflito entre a estrutura oficial e os interesses estabelecidos do velho regime e as novas forças sociais ascendentes era mais agudo na França do que em outras partes. (...) As novas forças sabiam muito precisamente o que queriam” (HOBSBAWM, 1989, p. 71-73). Este texto é parte, com significativas alterações, do capítulo II de minha Tese de Doutorado, defendida no ano de 2006, intitulada Alceu Amoroso Lima: matrizes e posições de um intelectual católico militante em perspectiva histórica - 1928-1946, defendida na Faculdade de Ciências e Letras de

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