5X Favela - multiculturalismo

Assistindo 5x favela por nós mesmo pelo prismo do multiculturalismo

Com a retomada do cinema brasileiro nos anos 1990, as favelas, particularmente as cariocas, ganharam novamente um espaço dentro do cenário cinematográfico nacional. Longe da imagem idealizada da “favela-samba”, polo central de produção da cultura popular, a favela nos filmes contemporâneas é um espaço geográfico e social marcado pela marginalidade e a violência. Em soma, da imagem da favela de Rio 40° graus, Rio Zona Norte, Orfeu Negro ou ainda de 5x favela passamos a conhecer a imagem estereotipada e redutora de obras como Cidade de Deus, Noticias de uma guerra particular ou Tropa de Elite.
Para entender a influência da imagem negativa que conseguiu impor-se no cinema brasileiro, estudaremos a obra 5x Favela por nós mesmo, que por ser realizado por habitantes de favelas cariocas quis fugir das representações dominantes.
Mostraremos que na escolha das personagens e dos temas tratados, o filme não conseguiu desconstruir a imagem de uma favela dominada pelo trafico, “doença das grandes cidades”, e que no máximo conseguiu reativar a imagem romantizada das favelas do cinema novo.

Em 1962, entra em cartaz o filme Cinco vezes favela composto de cinco curtas realizadas por diretores iniciantes e produzido por Carlos Diegues.. O prismo utilizado é claramente de um romantismo, de uma boêmia atraente da favela e das atividades de malandragem. Cinco vezes Favela inaugura um período que valoriza as dificuldades do dia à dia e enfatiza a noção de comunidade, espaço social de grande proximidade e ajuda mútua.
Esse filme, ganhou em popularidade e em reconhecimento, aproveitando o êxito critico do cinema novo e assim, em 2010 um remake de Cinco vezes favela entrou em cartaz no Brasil com o nome : de 5x Favela por nós mesmo. O titulo da obra mostra o objetivo do filme que é de dar a câmera à diretores iniciantes morando em favelas do Rio de Janeiro. Assim, na teoria, o olhar ficaria alheio de