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Resenha

A política da mudança climática
Anthony Giddens
Zahar Ed.
Rio de Janeiro, 2010, 314 páginas

Sobre o Paradoxo de Giddens
O “paradoxo de Giddens”. É o mote principal que permeia toda a trajetória discursiva no livro “A política da mudança climática”, de elaboração do renomado professor emérito (e ex-diretor) da London School of Economics e membro da Câmara dos Lordes do Reino Unido, Anthony Giddens. Suas credenciais estão ao mesmo nível da complexidade do tema que o autor dispõe a discorrer nesse livro, ou seja, o novo panorama institucional e político do mundo moderno frente aos questionamentos colocados pelas mudanças climáticas atuais e futuras.
Não que o tema das mudanças climáticas seja simplesmente recente ou de importância crescente a que se deve a justificativa de relevância do texto de Giddens, mas por identificar vários níveis de ações internacionais que precisam ser mais bem compreendidas para dar conta do nível político de interação demandado hoje.
A partir da apresentação realizada pelo economista, ex-diretor do
BNDES, ex-presidente do IBGE e professor da PUC-Rio, Sérgio Besserman
Vianna, o autor destila em seus noves capítulos de discussão como a temática ambiental tem conseguido subir degrau a degrau a escada rumo ao topo da agenda das políticas públicas mundiais. Os primeiros capítulos se constroem como uma exposição minimalista dos debates existentes sobre aquecimento global, sendo que nos três últimos capítulos a discussão se foca no nível internacional do tema.
E tal fato de reconhecimento da importância da questão ambiental hoje se deve primeiramente ao modus operandi da sociedade (pós?)industrial e da forma como que os grupos sociais têm interpretado suas relações diárias com a natureza e o papel do estado (p.120)1. A noção do indivíduo e suas
“Os argumentos-chave deste livro são que os países industrializados devem assumir a liderança na abordagem das mudanças climáticas e que as probabilidades de êxito dependerão muito do governo e