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Aceita mesmo por revistas científicas renomadas e sérias, como a britânica Lancet, uma lenda urbana afirma que, no final dos anos 60, o Cirurgião-Geral do Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos teria declarado que, depois do advento de antibióticos e vacinas, as doenças infecciosas tinham sido vencidas, e era chegada “a hora de fechar o livro” das mesmas. Embora William H. Stewart nunca tenha pronunciado aquelas palavras, o sentimento de que doenças infecciosas são coisas do passado é pervasivo na sociedade, e o aparecimento de “novas” doenças - ou o reaparecimento de algumas outras – põe em xeque a confiança da sociedade nos avanços sanitários obtidos desde o início do Século XX. Ainda nos espantamos com a ocorrência da infecção pelo HIV, achamos um total absurdo sermos periodicamente atingidos por visitações (um termo antigo para epidemias) de dengue, e nos assustamos com a atual epidemia de doença pelo vírus Ebola na África Ocidental. Na verdade, embora a varíola (e só ela) tenha sido erradicada, e doenças como o sarampo tenham sido controladas pela vacinação, a poliomielite – terror dos pais nos anos 50 – acaba de ressurgir na África e na Ásia, levando a OMS a declarar esta ressurgência como um evento sanitário de interesse mundial, segundo o Regulamento Sanitário Internacional (RSI). Junto com a pandemia de gripe pelo H1N1 e a atual ocorrência de Ebola, três eventos sanitários de interesse internacional foram declarados pela agência, desde a entrada em vigor do RSI, em 2005.

Apesar dos inegáveis avanços no combate a doenças infecciosas, epidêmicas ou não, estamos longe de uma vacina contra o HIV, não chegamos perto de uma imunização eficaz contra a malária, bactérias resistentes a quase todos os antibióticos conhecidos se aproximam e se espalham pelos hospitais, e a tuberculose continua conosco, sendo ainda uma preocupação mundial e nacional, particularmente no Rio de Janeiro. São múltiplas e variadas as razões para isto, e discuti-las todas está acima

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